21 de julho de 2010
Genoma do ornitorrinco confirma características de ave, réptil e mamífero
RIO - O ornitorrinco, um animal peludo com bico de pato e dentes, patas palmípedes e cauda achatada tem características genéticas comuns aos répteis, aves e mamíferos, segundo confirma o seu genoma. De acordo com estudo desenvolvido por um grupo internacional de pesquisadores, e publicado na última edição da revista "Nature", o Ornithorhynchus anatinus seria uma "mistura de características pertencentes a um reptiliano ancestral e derivadas dos mamíferos" e com alguns dos seus 52 cromossomas correspondendo aos das aves.
Este animal incomum de 40 centímetros de comprimento que vive na Austrália e na Tasmânia põe ovos e amamenta as crias, pertencendo por isso à ordem dos monotrematas, tem a pele adaptada à vida aquática e o macho segrega um veneno comparável ao das cobras.
"A mistura fascinante de traços no genoma do ornitorrinco fornece muitos índices sobre a função e evolução de todos os genomas dos mamíferos", sublinha num comunicado o principal autor do estudo, Richard Wilson, diretor do Centro do Genoma da Universidade de Washington.
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Trata-se de um animal "único" por ter conservado as características dos répteis e dos mamíferos
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O seqüenciamento do genoma do ornitorrinco foi realizado com base numa fêmea chamada Glennie que vive na Austrália, na Nova Gales do Sul. Depois de compararem este genoma com os do homem, do cão, do rato, do gambá e da galinha, os pesquisadores concluíram que partilha com estes 82% dos seus genes. No total, tem cerca de 18.500 genes, dois terços dos do homem.
Entre as suas originalidades, o ornitorrinco nada com os olhos, as orelhas e as narinas fechadas, e serve-se de receptores sensoriais no bico para detectar os fracos campos elétricos das presas debaixo da água. Como não tem tetas, o leite sai da pele para as crias, como nos marsupiais.
Este animal, um dos mais primitivos do ponto de vista evolutivo, chegou pela primeira vez ao Museu de História Natural de Londres em 1799, vindo da Austrália, para espanto dos naturalistas que o estudaram.
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