21 de dezembro de 2011

Greenpeace alega cop-17 como fracasso

A ONG internacional Greenpeace criticou duramente a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-17) - realizada nas últimas duas semanas em Durban -, descreveu-a como uma "fracasso" e afirmou que os governos participantes "deveriam se sentir envergonhados". "As negociações de Durban acabaram da mesma forma como começaram: em fracasso", diz um comunicado divulgado no site da entidade. "Os governos preferiram ouvir os poluidores ao povo".
O Greenpeace acusa os líderes que participaram da Conferência de terem fracassado no reforço de medidas anteriores de proteção do clima e se manterem "à margem de novas normas globais para lutar contra a mudança climática". "Nos perguntamos como (os líderes) poderão continuar olhando nos olhos de seus filhos e netos quando voltarem para casa", ressalta a organização.
O Greenpeace lembra ainda que, na conferência de dois anos atrás, realizada em Copenhague, os políticos prometeram um fundo de US$ 100 bilhões para ajudar os países mais pobres a enfrentar a mudança climática, mas critica a falta de ação sobre a proposta. "Vieram a Durban dois anos depois apenas planejando desenhar uma maneira para recolher e distribuir o dinheiro. E acaba que nem sequer conseguiram fazer isso", acrescenta a nota.
Apesar do pacto obtido na COP-17 para prorrogar o Protocolo de Kyoto - único acordo de caráter legalmente vinculante contra a mudança climática -, o Greenpeace alega que houve poucos avanços na cúpula. A organização menciona Estados Unidos, União Europeia, China e Índia como obstáculos para um acordo com nações menos desenvolvidas. "Nos decepcionaram e seu fracasso será medido com a vida dos pobres, os mais vulneráveis e menos responsáveis pela crise da mudança climática".

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5513481-EI19408,00-Greenpeace+classifica+resultado+da+COP+como+fracasso.html

A ilusão dos abrigos

Ana Lúcia Leão
Inúmeras vezes ouvimos de pessoas que acabaram de recolher um animal da rua dizer: "Ah! Se eu tivesse dinheiro para montar um abrigo!". Fica bem claro, com este sonho, que elas nunca visitaram um, para saber a realidade.
Um abrigo começa sempre com as melhores intenções. Se quem o abre tem uma certa dose de "pé no chão", imagina um número limite de animais a serem abrigados. Mas o objetivo nunca é atingido. Seja porque se condói dos animais abandonados que encontra; ou dos casos tristes que donos contam para deixar a responsabilidade na mão do outros; ou ainda, daqueles que abandonam na porta, ou jogam animais lá dentro.
Em pouco tempo o limite anteriormente fixado é expandido. E quem pensava ter 50 animais se vê com 100, 200 para alimentar, vacinar, manter limpos, higienizar as instalações, etc. Já ouvi histórias de fortunas perdidas em sonhos de abrigo. Recentemente a de uma senhora que estava sendo obrigada a sacrificar os animais mais idosos e doentes por não poder mantê-los, mesmo em precaríssimas condições. Depois de seu patrimônio ter se acabado, passado pela fase de pedir ajuda aos amigos, depois parentes, depois aos desconhecidos, por fim a veterinários e à Proteção Animal para sacrificar os animais aos quais ela sonhou dar uma vida melhor ou salvar da morte nas ruas.
Abrigo não é solução, é problema gerado pelo descaso social. Do lado oposto de quem sonha montar um, existe a crença das pessoas em geral de que basta pegar um animal na rua e metê-lo num abrigo para resolver o problema. Quantas vezes ouvimos "leva pra Sociedade Protetora dos Animais..." Se visitassem algum abrigo dos muitos existentes por aí, veriam a triste realidade: Dezenas, até centenas de animais se digladiando por comida, muitos doentes, e até casos de canibalismo gerados pela fome. Mas ninguém pensa em como a "Sociedade Protetora" vai conseguir recursos.
O que a sociedade não vê, está muito claro para nós que lidamos com o problema 24 horas por dia: em vez de abrigo, dar lar transitório, uma casa de apoio. O animal é tratado, vacinado, esterilizado e doado. E isso, por vezes, demora meses.
Como doar tantos animais e os resultantes dos naturais cruzamentos, que nascem aos montes todos os dias? Como achar donos suficientes (e responsáveis ) que os adote?
Informando e educando as pessoas sobre posse responsável e fazê-las compreender que esterilizar cães e gatos (fêmeas e machos) é a única solução possível para o abandono de animais em massa com que convivemos.
Mas o que é desesperante é ver ainda veterinários aconselharem donos a deixar seus animais ter a primeira cria para só depois esterilizá-los; donos darem a desculpa de que "esterilizar faz o animal engordar" (é só continuar dando a mesma quantidade de alimento que isso não acontece ); desculpa da "falta de dinheiro " (quando a Prefeitura e os grupos da Proteção oferecem cirurgias a baixo custo ou mesmo gratuitas ); e da anti-social indústria dos criadores.
E estas mesmas pessoas ainda têm coragem de dizer que gostam de animais, deixando nascer aqueles que serão doados para qualquer um. Ou se alimentar de lixo. Ou morrer atropelados. Talvez sarnentos, famintos, num abrigo irremediavelmente sem recursos, sem ao menos o carinho de um dono.


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*Ana Lúcia Leão é jornalista, membro do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e da Cia. do Bicho: www.ciadobicho.com.br

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O espírito natalino não vale para os cachorros?


Walcyr Carrasco (Foto: reprodução)
O rottweiler Lobo foi arrastado pelo carro do mecânico Cláudio César Messias, em Piracicaba, interior de São Paulo. Morreu após sua perna ser amputada. A cadela Titã, de 4 meses, foi enterrada viva por seu dono, o aposentado Orlando Santos, em Araçatuba, no mesmo Estado. Salva após 12 horas, perdeu a pelagem e corre o risco de ficar cega. Também em Araçatuba, a vira-lata Júlia foi amarrada e arrastada por uma moto dirigida pelo porteiro de um condomínio. Em Poços de Caldas, Minas Gerais, a polícia encontrou 43 cães presos e abandonados numa casa. Famintos. Resgataram-se dois pit-bulls de outra casa abandonada, em condições deploráveis, no Recife. Em Guarulhos, ainda em São Paulo, o cão George também foi amarrado a um carro e arrastado. Está internado. Todos esses fatos aconteceram em 2011. Outros relatos de crueldade com cães multiplicam-se pelo país. No final de novembro, centenas de pessoas se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra os maus-tratos a animais. Um abaixo-assinado pelo endurecimento de punições corre na internet, denominado, apropriadamente, Lei Lobo.
A crueldade com cães envergonha o país. Não dá para entender o que leva alguém a torturar um bicho
Sou apaixonado por cães e gatos. Lógico que é bom o abaixo-assinado. Tenho dúvidas sobre a eficácia de uma mudança legal. Minha impressão, como a de muita gente, é que o Brasil tem leis ótimas que não são aplicadas. O Código Penal prevê pena de seis meses a um ano de reclusão para quem comete crimes ambientais, categoria na qual se inserem as torturas caninas. Multas também são previstas. No caso do falecido Lobo, o Ministério Público multou o culpado em cerca de R$ 1.500 e condenou-o a prestar 120 horas de serviço comunitário no canil municipal. No da cadela Titã, seu dono defendeu-se dizendo que não a enterrara viva. Segundo afirma, Titã costumava fazer buracos no quintal e, ao vê-la caída em um deles, julgou que estava morta. Legalmente, também existem muitas atenuantes que facilitam a defesa de quem maltrata bichos. Se até quem machuca gente consegue sair ileso, que se dirá dos que torturam animais? O sujeito pode até ter alguma dor de cabeça e ficar de mal com os vizinhos. Mas só. Acredito que a solução está na educação e na consciência. E na valorização da sensibilidade.

Até órgãos oficiais são indiferentes à dor dos animais. Na Bahia já houve um Inquérito Civil, instaurado pelo Ministério Público, para apurar denúncias de associações protetoras de animais contra maus-tratos e contra o sacrifício sistemático e indiscriminado de cães, realizado pelo Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde Municipal. Entre outras coisas, acusa o centro de abater cães e gatos com injeções letais, câmara de gás, câmara de compressão a vácuo, espancamentos, choques elétricos. A realidade de outros centros de controle de zoonoses não parece ser diferente.

Não me choca só a tortura explícita. Há aquela sem pancadaria, mas também sem nenhum sentimento. Muitas pessoas compram um filhotinho. Tratam como um filho. Levam ao veterinário, botam roupinhas, até brincam de fazer “au-au”. De repente, surge uma viagem. Ou uma mudança. Ou não aparece coisa alguma. O dono simplesmente se cansa do bichinho. Solta na rua, bem longe de casa. Joga fora, como se fosse lixo. Sentimento não há, da parte do humano. Só do animal, que late desesperado, porque, todos sabemos, o cão ama devotadamente seu dono. O problema não ocorre só nas grandes cidades. Em Pelotas, Rio Grande do Sul, a Associação SOS Animais luta contra a facilidade com que cidadãos abandonam seus pets na sarjeta.

Existem pessoas dispostas a se doar, como minha amiga Vera, casada com o ator Fúlvio Stefanini, que já entrou numa favela, durante a noite, para resgatar uma cadela que sofria maus-tratos. Ou a atriz Nicole Puzzi, que tem um lar para 500 cães abandonados. Recentemente, salvou do sacrifício 100 filhotes de chihuahuas, deixados por um canil falido. Seus amigos do Twitter e Facebook já sabem. Quem quiser um chihuahua é só pedir, com a promessa de tratar bem. Sem custos. Nicole é contra a venda.

Nesta época do ano, em que tanto se fala de amor e fraternidade, é tão estranho saber que alguém machucou um cãozinho, ou o jogou nas ruas, no intervalo das compras dos presentes de Natal. O tal espírito natalino não vale para cachorros? Simplesmente não entendo o que leva alguém a torturar um bicho. E penso na frase de Guimarães Rosa: “Se todo animal inspira ternura, o que houve então com os homens?”.

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/vida/walcyr-carrasco/noticia/2011/12/o-espirito-natalino-nao-vale-para-os-cachorros.html

12 de dezembro de 2011

Por que não devemos comprar animais? - Erica Fontoura

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Se para muita gente parece estranha a idéia de ter um animal de estimação que não tenha sido comprado, queremos aqui demonstrar que estranho é justamente comprar animais.
Se entendermos que animais não são mercadorias, mas seres capazes de sentimento, que têm necessidades de amar e de serem amados, concordaremos que não há sentido em se comprar animais.
Nós não compramos um amigo humano, porque deveríamos comprar um animal?
Há uma cruel tradição humana de entender que animais são coisas, são produtos, são fonte de renda e de lucro.
O comprador de animais em feiras de filhotes muitas vezes não tem consciência disso, assim como desconhece a quantidade imensa de animais que aguardam adoção ou que aguardam a morte no corredor final do CCZ, Centro de Controle de Zoonoses das prefeituras. Muitas pessoas inclusive chamam a 'carrocinha' desconhecendo que ali os animais na sua grande maioria encontrarão apenas doença e morte.
Queremos chamar as pessoas à consciência do mal que causam inadvertidamente ao adquirir/ comprar / pagar por um animal de estimação.
Por outro lado, as pessoas desconhecem o que é um criadouro. Em geral, pouco se conhece dos criadores, pois nas feiras, vêem-se apenas os filhotinhos. E quem resiste a um filhotinho? Ainda mais se puder parcelar em cinco vezes...
Existe uma verdadeira Indústria de filhotes, que lucra mediante o sofrimento dos animais.

O Movimento de Proteção Animal em todo o país recebe um número cada vez maior de denúncias contra criadores. Nos últimos anos sugiram muitos criadouros 'de fundo de quintal', mas os criadouros luxuosos e que vendem animais por uma fortuna também escondem crueldade e abuso por trás dos anúncios que trazem lindos animais.

As fêmeas são chamadas de 'matrizes' numa clara evidência de que se trata de um 'negócio'. Essas fêmeas têm filhotes após todos os cios. Quando as fêmeas envelhecem e não servem mais como reprodutoras, muitas vezes são abandonadas ou sacrificadas. Acontece o mesmo com os machos velhos que são usados em exposições. Além disso, como freqüentemente é feito cruzamento entre parentes, nascem animais com problemas físicos, que também são abandonados, por não possuírem valor comercial.
O risco de ver os animais como produtos é esse: para aumentar os lucros, vale tudo.
Por outro lado, é preciso reconhecer que aquilo que representaria 'um bom criador', isto é, um criador com escrúpulos, não seria muito lucrativo. Isso porque todo mundo que já teve uma família de cães e gatos em casa sabe como filhotes e mães não gostariam de se separar até 60, 90 dias. Isso significa que o criador já deveria estar incluindo ração na alimentação, vacinas, tratamento para vermes e pulgas. Ou seja, um 'bom criador' deveria ter tido despesas que diminuiriam esse lucro que pretendem ter no seu 'negócio'.
Mesmo o 'bom criador', porém, sempre comete o que entendemos ser o maior erro: considerar os animais como mercadoria.
Animais precisam ter sua dignidade respeitada, ser vistos como são, seres vivos com consciência da dor, da separação, da falta de liberdade para passear, para não ter filhotes em gestações sucessivas e todo o sofrimento que sempre advém quando são considerados coisas, produtos a gerar lucros.

Os animais não nos pertencem!
Então não devo ter animais?
Bem, não se trata disso. Uma vez que o mal da domesticação já foi feito e os animais já foram vítimas dele, há três coisas que DEVEMOS fazer:
A primeira é adotar animais que foram abandonados. Se você não tem coragem de pegar o cachorrinho ou gatinho que cruza por você todo dia na rua (por não saber o que fazer com ele ou por não ter como pagar os primeiros tratamentos), busque os sites de adoção de animais que já foram recolhidos da rua e aguardam uma casa definitiva.
Vá aos links deste site e busque as ongs que fizeram esse trabalho por você. Já é um apoio e tanto.

A segunda saída para o dilema de como ajudar os animais abandonados que sofrem nas ruas é não permitir que os seus animais ou de seus conhecidos procriem. O número de animais abandonados é grande demais, já não há lar para todos. Não aumente o problema, ajude a diminuí-lo. Os animais não têm qualquer necessidade de ter filhotes, como querem nos fazer crer. Não ficam mais calmos nem mais felizes por isso.
Por fim, você pode contribuir e muito, divulgando essas idéias. Conversando com as pessoas, porque a maior parte delas são pessoas bem intencionadas, e apenas mal informadas sobre a questão animal. Esclareça as pessoas que elas não valerão mais por terem animais de raça, não ficarão mais bonitas, nem mais importantes. Pelo contrário, quem vale, vale independentemente de coisas exteriores, vale por si.
E adotar um animal abandonado, sem raça, sem beleza externa só mostra o valor e a beleza de quem adota.
Então, alie-se às seguintes idéias:
- Amigo não se compra, se adota!

- Animais não são mercadoria, não são produtos!


- Faça um explorador de animais trabalhar, não compre animais! Há muito trabalho digno no mundo humano. Ninguém que vive de vender animais parará de comer se esse 'mercado' desaparecer.
E esse mercado deve desaparecer!

2 de dezembro de 2011

COP-17 União Européia tenta atrair EUA e emergentes para acordo em 2015

COP-17: União Europeia tenta atrair EUA e emergentes para acordo em 2015
Nuvem de poluição cobre Los Angeles e indica urgência para nações chegarem a acordo sobre mudanças climáticas (Foto: Terry Lathem/NASA)       

Rio de Janeiro – A crise econômica que afeta fortemente os países industrializados é um elemento presente em todas as discussões nesta primeira semana da COP-17, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que acontece em Durban, na África do Sul, até 9 de dezembro. Mas, ao contrário de paralisar de vez as negociações climáticas, como temiam os mais pessimistas, a crise pode acabar servindo de estímulo aos diversos países para que busquem um acordo possível para tentar salvar o Protocolo de Kyoto, que se encerra no ano que vem.
No centro do pesadelo econômico, a União Europeia é justamente quem tenta dar a dinâmica das negociações em Durban. Após apresentar, logo no primeiro dia da COP-17, uma proposta que falava em compromissos para 2020 e foi rechaçada por quase todos, os europeus evoluíram para outra proposta que pode destravar o nó das negociações. Ela aponta o ano de 2015 como data limite para a assinatura de um acordo para substituir Kyoto. Esse novo acordo entraria em vigor em um prazo de no máximo dois anos após sua assinatura.
A proposta da União Europeia teria o apoio de Austrália e Nova Zelândia, ao passo que Japão, Canadá e Rússia já manifestaram o desejo de não dar prosseguimento a Kyoto. O fiel da balança, mais uma vez, são os Estados Unidos e os países do grupo conhecido como BASIC (Brasil, África do Sul, Índia e China). A pressão sobre os EUA é maior do que nunca. O país, que não é signatário do Protocolo de Kyoto, sequer votou em seu parlamento as novas leis climáticas, mas estaria sensível ao discurso europeu que prega o esforço conjunto para conduzir as negociações ambientais a bom termo até que a parte mais aguda da crise econômica já tenha passado.
Em situação econômica mais confortável que os europeus, os países do BASIC experimentam na COP-17 uma inédita posição de força nas negociações climáticas. O chefe da delegação da China, Su Wei, fez na quarta-feira (30) um pronunciamento em nome de todo o grupo, no qual reafirmou o apoio dos principais países emergentes a um segundo período de implementação para o Protocolo de Kyoto.
Sobre a proposta da União Europeia, Wei foi evasivo: "Podemos até considerar alguma parte da sugestão europeia, mas não há condições de afirmar agora que teremos metas obrigatórias de redução das emissões em 2020", disse o chinês. Ele acrescentou que seria mais importante lutar por avanços mais concretos já em Durban: "Achamos que a União Europeia está apenas adiando o momento de decidirmos sobre as ações climáticas."
O próprio Wei, no entanto, dá a chave que pode destrancar as negociações e até fazer com que os países do BASIC aceitem adotar algumas metas obrigatórias nos próximos anos: o Fundo Climático Verde, mecanismo por intermédio do qual os países ricos ajudariam financeiramente os países mais pobres a manterem suas florestas em pé. Em nome do BASIC, o diplomata chinês fez um apelo à COP-17 para que a conferência determinasse de onde virão os US$ 100 bilhões iniciais necessários a suprir o Fundo.
Discutida desde a COP-15, realizada há dois anos em Copenhague (Dinamarca), a idéia de criação do Fundo Climático Verde ganhou força no ano passado, durante a COP-16, realizada em Cancún (México). Um grupo formado por representantes de 40 países foi criado para discutir a implementação do fundo ambiental, mas os trabalhos ao longo de 2011 não deram muito resultado. Na última reunião do grupo, realizada em outubro, EUA e Arábia Saudita bloquearam as negociações, alegando problemas políticos internos: "É preciso que os países ricos realizem rapidamente a capitalização do Fundo e que os recursos fiquem sob a responsabilidade da COP", pediu Su Wei.
Em uma sinalização de que o Fundo Climático Verde poderá mesmo servir como moeda de troca para destravar as negociações em busca de um acordo para 2015, o negociador-chefe da União Europeia na COP-17, Artur Runge-Metzger, defendeu que sua concretização aconteça já em Durban: "Acreditamos que seria improdutivo termos mais discussões técnicas a respeito. Queremos a direção do Fundo funcionando em 2012", disse o diplomata alemão.

Por: Maurício Thuswohl, especial para a Rede Brasil Atual
Publicado em 02/12/2011, 09:09