Caros amigos,
Com base na reunião realizada ontem pelo Conselho Municipal de Defesa dos Animais de Campinas (CMDPA), com autoridades e protetores do município, foram traçadas algumas ações.
Contudo, para quem já conhece a administração pública campineira, sabe que lamentavelmente o Sr. Prefeito e o Sr. Secretário da Saúde têm se mostrado omissos e indiferentes à causa animal, haja vista Campinas não ter até hoje um programa de castração de animais domesticados, apesar da triste situação de abandono, fome e crueldade a que são submetidos milhares desses animais no município.
Portanto, precisamos do apoio em massa de todo o Brasil para desarticular um massacre de capivaras, confinadas no Lago do Café, e para desmascarar a mentira de que abater esses animais é uma forma de combate à febre maculosa.
Abaixo está a nota de repúdio do Dr Flávio Lamas (Presidente do CMDPA), e Nota de esclarecimento do CMDPA quanto à postura do Secretaria de Saúde de Campinas e, no final, uma matéria totalmente tendenciosa do Correio Popular de Campinas.
Pedimos que todos escrevam para o Ibama e a Prefeitura de Campinas repudiando essa decisão arbitrária e desumana.
Endereços para encaminhar o protesto: linhaverde.sede@ibama.gov.br; saude.gabinete@campinas.sp.gov.br; saude@campinas.sp.gov.br; nil.manhaes@campinas.sp.gov.br; saude.cms@campinas.sp.gov.br; covisa.sc@campinas.sp.gov.br; covisa@campinas.sp.gov.br; saude.zoonoses@campinas.sp.gov.br; d.presotto@uol.com.br; denisteruya@ig.com.br;
Sugestão de texto:
É com grande indignação que recebo a informação de que se pretende exterminar capivaras de uma parque público de Campinas (Lado do Café) sob pretexto de que são um risco para os freqüentadores do parque.
Há que se discernir que há três universos a se tratar: capivaras, carrapatos e a bactéria causadora da febre maculosa. Eles têm com certeza uma zona de intersecção, contudo, cada um tem sua própria dinâmica.
Sabemos que a questão do manejo de capivaras é polêmico, mas há outras maneiras mais humanitárias de se lidar com situação: transferência para outras áreas, doação para criadouros, vasectomia dos machos entre outras.
É necessário tomar atitudes preventivas com relação aos carrapatos:
proteger-se, usar roupas adequadas, examinar-se. E os lugares devem ter manutenção constante, não um rodízio de capinação.
O ciclo da febre maculosa não é totalmente compreendido, mas sabe-se que não é tão fácil de pegar, o carrapato precisa ficar sugando por 4 a
6 horas para transmitir a bactéria. Os médicos devem estar cientes de que devem investigar o contato com carrapatos,as pessoas que devem relatar que foram picadas se apresentarem sintomas suspeitos e a febre maculosa é facilmente curável quando tratada em estágio inicial.
O que é preciso é esclarecer o que de fato ocorreu com as capivaras do Lago do Café. Se o projeto - que confinou e segregou os animais por sexo - não deu resultado, deve-se, antes de qualquer decisão, informar o porquê.
Portanto, manifesto meu repúdio ao protocolo do IBAMA que autoriza a eutanásia das capivaras confinadas no Lago do Café em Campinas. Haja vista que esse órgão foi criado - e é mantido com verbas públicas - para proteger a fauna brasileira não para cometer desmandos injustificáveis e autorizar esse massacre arbitrário, sendo que há outras formar de lidar com a situação.
Manifesto igualmente minha total reprovação à postura vergonhosa do Prefeito de Campinas e do Secretário de Saúde do município, ambos médicos, que usam justificativas mentirosas para resolver a questão da forma mais simples e cruel.
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De: CMPDA. Flávio [mailto:cmpda.flavio@hotmail.com]
Enviada em: sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 09:53
Assunto: Capivaras - entrevista do Kerr Saraiva
Bom dia!
O caso das capivaras está tomando rumos preocupantes. Hoje cedo o secretário da Saúde de Campinas, Francisco Kerr Saraiva, deu entrevista ao vivo na TV Bandeirantes e disse que a Prefeitura está cumprindo determinação do IBAMA em matar as capivaras. O que preocupa não é o fato. Temos argumentos para enfrentar. Preocupa é a mentira. O secretário disse que o IBAMA determinou a morte dos animais. Oras, foi a Prefeitura que pediu autorização para executar a eutanásia enão que o IBAMA tenha feito isso. Aliás, o IBAMA é órgão de proteção da fauna silvestre. Ele quer tirar a responsabilidade dele e jogar sobre o órgão federal. Não assume!!!!!
Quando um secretário mente assim, na tv (temos gravação da entrevista), precisamos nos preparar para um jogo sujo sem tamanho. Tem mais: ele tem muito tempo para levantar cedo e dar entrevista ao vivo, mas jamais recebeu o Conselho Municipal de Defesa dos Animais para discutir o programa de castração de Campinas que não sai do papel, o risco de raiva animal porque não faz campanha de vacinação (e já tivemos um caso constatado de raiva animal, em um gato, em Barão Geraldo). E nem obedeceu a ordem dada pelo prefeito Hélio de Oliveira Santos, de fazer do Lago do Café um centro de estudo da febre maculosa.
Se forem em frente com a matança das capivaras, o governo Hélio vai ficar manchado de sangue inocente.
Morte das capivaras – esclarecimento
Prefeitura de Campinas optou pelo extermínio das capivaras do lago do Café, como medida de controle da Febre Maculosa.
O Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (CMPDA) se pronuncia contra este ato, pelo simples fato do culpado pela transmissão da enfermidade ser o carrapato estrela e não especificamente a capivara.
A febre maculosa é uma doença vetorial, ou seja, o principal transmissor é o carrapato estrela (Amblioma cajenensis) que se infecta quando pica animais contaminados com a Ricketsia ricketsii. Nem todo animal é contaminado e nem todo o carrapato se infecta. Mais importante saber é que qualquer animal silvestre ou doméstico pode ser hospedeiro deste carrapato sem, entretanto, decidirmos por sua eliminação. O Amblioma precisa de três hospedeiros para fazer seu ciclo de reprodução, portanto outros animais se envolvem no ciclo. Por que, então sacrificar somente as capivaras?
Se as capivaras forem eliminadas quem vai ser picado pelos carrapatos que habitam o parque? Pessoas, crianças? Quem vai fazer parte do ciclo de reprodução do carrapato?
Se haviam capivaras com carrapatos, por que não foram tratadas contra carrapatos?
Desde a decisão de isolar as capivaras num local seguro no lago do Café (há aproximadamente 2 anos) o número de capivaras reduziu drasticamente por várias razões, sendo que agora restam somente 15. Por que não deixá-las viver até morrerem de causas naturais? Ou melhor, ainda, transferi-las a um local seguro e com os carrapatos controlados por equipes especializadas realmente engajadas na resolução do problema?
Mas e os carrapatos do parque, foram controlados? Foram exterminados?
A medida mais eficaz é o controle ambiental para a redução dos carrapatos no parque. Existem experiências em outras cidades, que deram certo e que devem ser copiadas, mas somente Campinas optou pelo sacrifício destes animais. Isto abre um precedente perigoso contra a natureza e nós humanos fazemos parte da natureza!
Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (CMPDA)
Dra Ingrid Menz
AAAC – Associação Amigos dos Animais de Campinas
Fonte: http://adocao-aaac.blogspot.com/2011/02/e-hora-de-mostrar-nossa-forca-e-uniao.html
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